A Eliza Labs, fundada por Shaw Walters, entrou na justiça contra o X, plataforma de Elon Musk, alegando que foi enganada para compartilhar detalhes de suas ferramentas de inteligência artificial. Segundo a empresa, após essa colaboração, o X não só desconsiderou a Eliza, como também lançou produtos que imitam suas inovações.
A denúncia é bem direta: o X teria abusado de sua posição no mercado, prejudicando a reputação da Eliza, bloqueando o acesso a clientes e investidores, e lucrando com as inovações que vieram do trabalho deles. Eles não informaram um valor específico, mas pedem que a justiça faça o X devolver os “ganhos ilícitos” e compense as perdas, além de reivindicar indenizações em triplo.
A Eliza Labs é conhecida pelo ElizaOS, uma plataforma de código aberto que facilita a criação de agentes autônomos de IA. Esses agentes têm a capacidade de interagir e realizar tarefas em redes blockchain. O processo, protocolado recentemente no Tribunal Distrital dos EUA, revela que a Eliza teria sido convidada para uma reunião após suas ferramentas se destacarem no meio tecnológico. Durante essa reunião, o X começou a exigir uma licença empresarial no valor de US$ 50.000 por mês para que a Eliza pudesse continuar na plataforma.
O lado curioso é que, enquanto as contas da Eliza estavam suspensas, o X continuou solicitando documentos técnicos sob o pretexto de resolver um problema. Logo depois, lançou seus próprios agentes de IA sob a marca xAI, apresentando soluções similares às da Eliza.
A advogada Kelly Lawton-Abbott, especializada em casos de competitividade no setor, aponta que esse processo é inovador, mas pode ter dificuldades para avançar. “Não existem muitos precedentes sobre comportamento anticompetitivo na IA”, explica. Para complicar, a Eliza, sendo uma plataforma de código aberto, não tem as mesmas proteções que teria se seu software fosse proprietário.
Embora não seja o cenário mais favorável, Lawton-Abbott acredita que essa ação judicial pode ser mais uma manobra para negociação do que uma batalha legal efetiva. O X, por sua vez, já lançou novos recursos em sua plataforma, como o “Companions”, que traz avatares interativos inspirados em diferentes estilos.
A Eliza Labs ainda aguarda uma resposta oficial do X a respeito do pedido de reintegração da conta. Enquanto isso, muitos no setor observam essa disputa com atenção, uma vez que a interação entre essas empresas pode mudar a dinâmica do mercado de inteligência artificial.
